Emmanuel ganhou reconhecimento no meio espírita por ser o mentor espiritual do médium Francisco Cândido Xavier, acompanhando Chico em sua jornada terrena. Juntos, eles desempenharam a missão de publicar mais de 400 livros psicografados. Nestas obras, diversos Espíritos colaboraram, com destaque para o próprio Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos, Maria João de Deus (mãe de Chico), Neio Lúcio e renomados poetas brasileiros e portugueses.
Foi em 1931 que Emmanuel se apresentou pela primeira vez a Chico, convidando o médium a realizar a missão de psicografar livros espíritas. No entanto, Emmanuel estabeleceu três condições fundamentais para que o trabalho perdurasse ao longo dos anos: disciplina, disciplina e disciplina.
A envergadura moral de Emmanuel se evidencia ao reconhecermos sua missão desde os primórdios da Doutrina Espírita. Emmanuel fez parte da falange do Espírito da Verdade, presente na codificação espírita. No “Evangelho segundo o Espiritismo”, Allan Kardec inseriu uma mensagem de Emmanuel, recebida em Paris em 1861, intitulada “O Egoísmo” (Cap. XI, Item 11).
Através de suas obras, Emmanuel oferece ao leitor a oportunidade de compreender o processo evolutivo em que todos estamos envolvidos, compartilhando algumas de suas encarnações que foram psicografadas por Chico Xavier. Nestes livros, é possível acompanhar a jornada evolutiva deste espírito ao longo de diversas existências. A seguir, abordaremos algumas das encarnações atribuídas a Emmanuel.
Senador Romano Públio Lentulus
Dentre as diversas encarnações terrenas de Emmanuel, a mais conhecida foi como Públio Lentulus Cornelius, cuja aparência física foi a escolhida por Emmanuel para se apresentar a Chico. A história dessa encarnação está lindamente registrada no livro “Há Dois Mil Anos”, onde Emmanuel detalhou aspectos dessa existência. Públio foi um senador romano que viveu durante a passagem de Jesus pela Terra. Culto e íntegro para sua época, foi também orgulhoso. Em um momento crucial, buscou a ajuda de Jesus para curar sua filha Flávia, que sofria de hanseníase. Apesar do marcante encontro com Jesus, Públio não atribuiu a cura da filha ao milagre realizado pelo mestre. Seu orgulho e desconfiança afastaram-no de sua fiel esposa Lívia, que o amava de maneira pura e sincera, desperdiçando o encontro que a vida lhe brindou com aquele ser humano de elevada envergadura moral.
Escravo Nestório
Em sua segunda obra biográfica, intitulada “Cinquenta Anos Depois”, Emmanuel descreve a encarnação que sucedeu ao desencarne como Públio Lentulus. Cinquenta anos após essa encarnação, Emmanuel reencarnou em Éfeso, na Grécia, não mais ocupando um cargo pomposo de senador, mas sim como um escravo chamado Nestório. Nesta narrativa, Emmanuel já demonstrava os aprendizados da vida anterior, apresentando-se como um cristão sábio e modesto.
Filósofo Basílio
Outra encarnação mencionada ocorreu no livro “Ave Cristo”, na qual Emmanuel foi Basílio, um romano, filho de escravos gregos, vivendo por volta do ano 233 em Chipre como liberto, dedicando-se a estudos filosóficos. Basílio casou-se com a escrava Júnia Glaura e teve uma filha, mas ambas faleceram precocemente. Mais tarde, adotou uma criança abandonada numa cesta, a quem deu o nome de Lívia, convivendo com ela até o final de seus dias. Para sustentar a filha adotiva, tornou-se afinador de instrumentos musicais e mudou-se para Marselha, onde a educou. Basílio desencarnou supliciado em Lyon, durante o governo de Treboniano Galo nas Gálias, após a perseguição aos cristãos da igreja local.
Padre Manuel da Nóbrega
Em 1971, no famoso programa de televisão “Pinga-Fogo” da extinta TV Tupi, Chico Xavier confirmou que Emmanuel foi o padre jesuíta Manuel da Nóbrega. Manuel da Nóbrega nasceu em Entre-Douro-e-Minho, Portugal, no ano de 1517. Em 1541, formou-se bacharel em Direito Canônico e Filosofia na Universidade de Coimbra. Três anos depois, veio para o Brasil sob as ordens da Companhia de Jesus, com a missão de proteger e converter os indígenas à fé cristã, além de fundar igrejas e seminários. Em 1552, acompanhou o governador Tomé de Sousa à capitania de São Vicente e, dois anos depois, colaborou na fundação de São Paulo. O papel de Padre Manuel de Nóbrega foi fundamental na fundação de Salvador e Rio de Janeiro, e suas cartas enviadas aos superiores são documentos históricos sobre o Brasil colonial e a ação jesuítica no século XVI. Padre Manuel de Nóbregadesencarnou no Rio de Janeiro em 1570, aos 53 anos.
Padre Damiano
No livro “Renúncia”, psicografo por Chico Xavier, Emmanuel conta que reencarnou em 1613, na Espanha e se chamava Damiano. Aos 50 anos, padre Damiano residia em Ávila, Castela-a-Velha, oficiando na Igreja de São Vicente. À época da instauração do Santo Ofício, revelou ideias diferentes, combatendo o fanatismo da Igreja Católica e as injunções políticas da Inquisição. Acreditava na imortalidade da alma e na pluralidade das existências e, embora envergando o labor no ministério católico, abraçava, no íntimo, as premissas da Doutrina Espírita, antes mesmo de seu aparecimento, no século XIX. Desencarnou com idade avançada em Paris.
Educador Jean Jacques Turville
Emmanuel também foi Jean Jacques Turville, nascido no século XVIII na França. Nesta existência, atuou como educador da nobreza e prelado católico romano no período anterior à Revolução Francesa, residindo no norte da França. Durante a Revolução, fugiu para a Espanha, onde permaneceu até seu falecimento.
Padre Amaro
Existe uma mensagem psicografada por Chico intitulada “Sacerdote católico que fui”, na qual Emmanuel descreve o processo de desencarne da existência em que viveu no Brasil, no estado do Pará, como Padre Amaro. Padre Amaro foi um humilde sacerdote católico que viveu entre os séculos XIX e XX. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se dedicou à pregação do Evangelho de Jesus, inclusive tendo contato com Bezerra de Menezes. Segundo informações de Chico Xavier, ele solicitou essa reencarnação por sentir a necessidade interior de se recolher, afastando-se dos papéis de destaque que desempenhou em algumas das suas encarnações, a fim de ter tempo e silêncio para meditar e estudar convenientemente o Evangelho do divino Mestre.
Encarnação Atual
De acordo com informações fornecidas por Chico, sabemos que Emmanuel reencarnou no ano 2000, em uma cidade não revelada no interior do estado de São Paulo, onde atuará na área da educação. Atualmente, Emmanuel conta com 23 anos de idade.
Para além dos livros biográficos, Chico Xavier psicografou uma série de obras de Emmanuel que se tornaram referências na literatura espírita, tais como “Paulo e Estevão”, “A Caminho da Luz”, “Verdade e Vida”, “Pão Nosso”, “Vida e Sexo” e “Vinha de Luz”. Vale ressaltar que em “A Caminho da Luz”, Emmanuel esclarece a história da civilização à luz do Espiritismo, de forma sucinta e abrangente.
Esperamos que o conteúdo deste post não só sirva de inspiração para a sua jornada terrena, mas também o motive a ler e estudar as diversas obras de Emmanuel, deixadas por meio da psicografia de Chico Xavier. Nessas obras, encontram-se verdadeiros tesouros de conhecimento e bálsamos para as dores humanas. Desejamos que elas toquem o seu coração da mesma forma que tocaram os nossos.
Referências:
O Consolador, Passatempo Espírita, Federação Espírita Brasileira (FEB) e Wikipedia
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